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"Não congelarás a imagem", ou: como não desentender o debate ciência-religião

Este artigo examina as condições de felicidade (estendendo-se o sentido que tem este conceito na teorias dos atos de fala) da enunciação religiosa. Por analogia com a fala de amor, a fala religiosa é aqui vista como um discurso transformativo antes que informativo, isto é, um discurso que fala-faz (de) quem fala antes que do mundo, mas que, ao fazê-lo/ falá-lo, muda o mundo em que se fala tanto quanto aqueles que nele falam. Comparam-se em seguida as condições de verdade do discurso da ciência, fundadas no estabelecimento de longas cadeias mediativas entre a palavra e o mundo, e as condições de felicidade da fala religiosa, fala de proximidade, radicada em uma "imediação". A partir de uma análise ilustrativa de alguns modos de experimentação das imagens (visuais) religiosas na arte, conclui-se então com uma recusa da dupla redução caricatural da religião à crença e da ciência ao conhecimento.

Religião; Ciência; Discurso; Imagem; Crença; Conhecimento


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