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Monopólio masculino do xamanismo amazônico: o contra-exemplo das mulheres xamã shipibo-conibo

A literatura etnológica sobre os Shipibo-Conibo da Amazônia ocidental atribui o papel prestigioso de xamã apenas aos homens. A pesquisa etnográfica nessa sociedade permitiu descobrir, porém, uma dúzia de mulheres xamãs que exercem atividades comparáveis a de seus confrades. Essas mulheres intervêm em domínios correntemente considerados masculinos na área amazônica: o controle da sexualidade, a caça e o xamanismo ofensivo/defensivo. Apresentando brevemente seus poderes xamânicos, este artigo procura nuançar as categorias sexuais típicas, próprias do estudo do xamanismo amazônico, visando demonstrar como as relações de gênero não são aqui necessariamente concebidas de maneira dicotômica e como a idéia de um xamanismo por essência masculino ocultou a existência de mulheres xamãs entre os Shipibo-Conibo.

Amazônia; Gênero; Xamanismo; Shipibo-Conibo


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