O artigo pretende mostrar como o dinheiro utilizado nas eleições municipais no Sertão de Pernambuco atua com um desterritorializador das relações sociais previamente existentes, ainda que apenas em alguns casos. Ele é um signo de mercantilização do processo eleitoral que encerra em si mesmo as transações de longo prazo envolvendo o empenho da palavra, das promessas e dos blocos de dívida e crédito, tanto de eleitores quanto de candidatos. Mas o dinheiro em sua forma pura pode ser desmonetarizado pelas próprias relações de dívida e crédito no interior da circulação de recursos-voto por recursos-favor. Por outro lado, bens e serviços que implicam apenas indiretamente o dinheiro podem sofrer um processo de monetarização, dependendo da forma como são aplicados.
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