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Conversão, predação e perspectiva

Os Wari’, povo falante de língua da família Txapakura, que habita o oeste do estado de Rondônia, convive há cinco décadas com os missionários fundamentalistas protestantes da New Tribes Mission. A partir do recurso comparativo ao mito, este artigo procura compreender a conversão ao cristianismo como um processo de adoção da perspectiva do inimigo, relacionado à busca dos Wari’ pela estabilização na posição de humanos. Visa também contribuir para o debate corrente entre antropólogos e estudiosos da religião, quanto à integridade do cristianismo em seu processo de propagação, ao mostrar que a dicotomia entre continuidade e ruptura não tem sentido para povos - como os Wari’ e outros ameríndios - que se reproduzem por meio de sucessivas alterações que envolvem a transformação em outro e a aquisição da sua perspectiva. A adoção do cristianismo como algo novo e externo não contradiz a afirmação de continuidade entre esta religião e a cultura nativa.

Cristianismo; Conversão; Amazônia; Wari’; Perspectivismo


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