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Pensando o "impensável": Victor Schoelcher e o Haiti

Por intermédio da análise do relato do abolicionista francês Victor Schoelcher sobre o Haiti, publicado em 1843, este artigo questiona a interpretação do antropólogo Rolph Trouillot sobre o caráter "impensável" da Revolução Haitiana. Ao mesmo tempo em que esta última tem sido ignorada, distorcida ou tratada com incompreensão pelo Ocidente, o uso da noção de "impensável" para interpretar sua recepção contribui para outra forma de incompreensão, ao eliminar de qualquer consideração os contextos históricos e políticos que constituem a resistência. O texto de Schoelcher representa um esforço notável de "pensar" o Haiti e a Revolução Haitiana através dos pressupostos do Republicanismo francês. Suas interpretações revelam a ampla gama de possibilidades oferecidas pelo pensamento iluminista. Elas convergem com o pensamento e a prática das massas haitianas e das populações escravizadas das colônias francesas das Índias Ocidentais, mas não são inteiramente coincidentes. A não-identidade destes pensamentos dá forma ao espaço da política entre Schoelcher e os escravos e constitui um terreno necessário para a análise histórica.

Revolução de Saint Domingue; Victor Schoelcher; Haiti; "Impensabilidade"; Epistemologia


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