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Feitiçarias, territórios e resistências marginais

Os evangélicos, cotidianamente, através de menções à feitiçaria, cuja origem estaria nos cultos afro-brasileiros, denunciam crimes nefandos e atos de barbárie provocando horror e estarrecimento nos seus ouvintes em igrejas, rádios e televisão. Descrevo dois casos de feitiçaria, objeto de atenção pentecostal, que articulam marginalidade, crime e presença do mal diabólico em duas comunidades. A feitiçaria é a chave com a qual examino alguns problemas relativos à vida em "comunidades": a "diabolização" de territórios periféricos provocada pelas identificações criminalizadoras das suas populações pelo Estado, por um lado, e o combate evangélico ao mal diabólico, por outro. Busco demonstrar que, tanto na comunidade de crentes quanto na favela, os evangélicos respondem por meio do seu combate ao diabo às interpelações do Estado associadas às suas modalidades de identificação de espaços periféricos. Analiso, assim, o sentido assumido pela feitiçaria em relação ao projeto de salvação evangélico e o horizonte social que este busca construir.

Feitiçaria; Pentecostalismo; Territórios; Favelas; Comunidades


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