A partir da breve reconstituição de um evento tomado em sua dinâmica interna, o autor examina as fases sucessivas em sua apropriação memorial, seguindo os objetivos dos atores, o contexto da atribuição de sentido e os meios utilizados por diversos atores. Ele procura mostrar de que modo opera a apropriação do evento pelos atores por meio de ações sucessivas de patrimonialização de sua memória sensível, quer seja sob a forma de um monumento ou de um espetáculo comemorativo. A memória viva é substituída pela comemoração institucionalizada, e os atores do evento apagam-se diante de figuras heróicas construídas segundo as necessidades do contexto de atribuição de sentido correspondente aos objetivos dos atores institucionais.
Trabalho de memória; Comemoração; Experiência; Patrimônio; Antropologia do sensível