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Memória e transformação social: trabalhadores de cidades industriais

O artigo, apresentado anteriormente como conferência proferida em concurso, trata dos usos da antropologia social do trabalho no momento em que grande número de grupos de trabalhadores, numa escala internacional, é atravessado por transformações atingindo identidades coletivas anteriormente construídas. Argumenta-se que, se a memória coletiva é um instrumento para a transformação social, certas grandes transformações também estimulam a demanda premente por uma memória objetivada e transmissível. Além disso, a memória, ela própria, transforma-se ao longo do tempo de acordo com as necessidades e as disputas do presente, podendo tornar-se, em certas circunstâncias, um elemento de coesão ou, inversamente, um campo de novos conflitos sociais. Procura-se mostrar que as especificidades históricas dos grupos de trabalhadores como os apresentados no texto podem ser estratégicas para o avanço do conhecimento, ao se chamar a atenção para certas configurações de vontades coletivas e de imponderáveis da vida real na escala de desenvolvimentos históricos imprevistos. Por um lado, são comparados operários industriais do açúcar e, por outro, operários e operárias têxteis, segundo suas diferentes concepções de história. Mostra-se ainda como uma etnografia de longa duração com estes últimos operários e operárias pode ser apropriada por eles na construção de uma experiência de antropologia visual.

Demanda social por memória coletiva objetivada; Hipótese da tradição transformadora; Desobreirização e história incorporada; Disputa pela memória e pelo patrimônio industrial


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