Este artigo etnográfico tem como objetivo apresentar as crianças catingueirenses (semiárido da Paraíba), destacando sua participação na vida social e familiar, através do desvelamento das contingências cotidianas que enfrentam, assim como as expectativas adultas em relação a elas. Para isso, minha estratégia é, através de três memórias etnográficas - um evento na igreja envolvendo uma criança de 3 anos, o ritual de apresentação dos novos membros à comunidade e um cortejo fúnebre de um anjinho - pensar as crianças pequenas como risíveis, as crianças maiores como aprendizes e a infância como período de trabalho e de aprendizado moral. O texto revela um universo em que as crianças se tornam agentes imprescindíveis para o bom funcionamento da unidade familiar e, de modo mais geral, de toda a comunidade.
Criança; Infância; Trabalho infantil; Socialização; Família; Campesinato