O artigo procura refletir sobre a relação entre antropologia e filosofia a partir de características centrais da descrição etnográfica e da importância da dimensão simbólica da vida social. Tendo como referência as diferentes manifestações da vida social e a diversidade das sociedades e grupos ou segmentos sociais estudados pelos antropólogos, o artigo examina as condições de inteligibilidade do trabalho etnográfico como uma questão que perpassa a pesquisa antropológica onde quer que ela tenha lugar, impondo permanentemente uma reflexão de caráter filosófico para dar conta de problemas concretos, bem circunscritos e empiricamente delimitados. Neste empreendimento, o texto explora inicialmente as condições de inteligibilidade de práticas de bruxaria estudadas pelos antropólogos, para concluir com uma discussão sobre a inteligibilidade das disputas judiciais e das demandas por direitos em sociedades modernas.
Antropologia e Filosofia; Inteligibilidade; Bruxaria; Conflitos judiciais; Pequenas causas