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Fim de linha na arte: pintores retratistas de rua

A partir da descrição da trajetória de retratistas com formação em artes plásticas que trabalham nas ruas do Rio de Janeiro, este artigo discute a constituição da condição de artista por atores sociais das classes populares. São trazidos para a análise vínculos entre espaços sociais apartados - de um lado, aquele onde esses artistas tiveram sua formação artística e para onde gostariam de estar produzindo sua arte e, de outro, aquele em que interagem com outros retratistas que consideram desqualificados e com quem disputam clientela e espaço de trabalho. A disseminação e a diversidade de configurações que práticas artísticas assumem e a maneira por vezes tensa por meio da qual convivem indicam os limites da compreensão da experiência desses artistas plásticos a partir exclusivamente das suas impossibilidades de inserção no chamado campo artístico. O artigo enfatiza como concepções de arte e de artista que operam em processos muito restritivos de formação de artistas plásticos incidem extensivamente nas formas pelas quais, em diferentes contextos, artistas das classes populares se especificam e a arte é avaliada. Essas concepções também trespassam o significado que atribuem à venda de seus produtos e à sua relação com clientes, e o modo como aferem a capacidade de os clientes compreenderem a sua arte.

Retratismo; Retratista; Artista; Artes Visuais; Carreiras Artísticas; Arte


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