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Atravessando pessoas no noroeste amazônico* * Agradeço a Beatriz Perrone-Moisés e a Geraldo Andrello pelas diversas conversas e sugestões sobre as ideias desenvolvidas neste artigo. Também agradeço a Pedro Peixoto Ferreira pela leitura atenta de uma versão preliminar do texto. Por fim, agradeço à Fapesp pelo financiamento de pesquisa cujos resultados se refletem aqui.

Este texto propõe desenvolver a relação entre ações xamânicas e mitos tomando como referência etnográfica um povo indígena que se autodenomina Yuhupdeh. Tal relação se desenvolve em estreita conexão com a questão da constituição da pessoa, visto que certas ações rituais de cura xamânica aparecem como uma das operações de composição da pessoa. As análises procuraram acompanhar, através do exame dessas ações, o movimento de composição da pessoa, que é um contínuo, ao longo do ciclo da vida, e a multiplicidade dessa composição, já que sob a aparência de uma pessoa encobrem-se outras pessoas e afecções de pessoas. Como é evidenciado em muitos trabalhos etnográficos, a pessoa ameríndia não é dada por completo, mas um devir.

Noroeste amazônico; Xamanismo; Ritual; Pessoa; Objetificação


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