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PRIMITIVISMO E IMAGINÁRIO ETNOGRÁFICO NOS PRIMEIROS ESCRITOS DE MICHEL LEIRIS

Resumo

Nos anos 20 e 30, pari passu com a formação da etnologia como disciplina academicamente postada, o primitivo surge como trunfo retórico das invectivas mais críticas contra os marasmos da civilização branca. Michel Leiris (1901-1990), nos primeiros tempos de sua formação de etnólogo, desperta para as possibilidades de desvio expressivo que ofereciam as artes ditas primitivas. Engajado em uma autorretratística literária afeita à deambulação imaginária pelos lugares da Cultura, da Mitologia e da História, o autor de L'Afrique fantôme (1934) sedimenta seus recursos estilísticos em artigos sulfurosos para a revista de vanguarda Documents (1929_____. 1991d. " Kali ". In: G. Bataille (org.), Documents. Édition facsimilée (1929-1931), vol. II. Paris: Éditions Jean-Michel Place. p. 368.-1931_____. 1991e. "Black birds". In: G. Bataille (org.), Documents. Édition facsimilée (1929-1931), vol. I. Paris: Éditions Jean-Michel Place. p. 215.), nos quais é possível observar a formação inicial de seu imaginário etnográfico e do que se convenciona chamar, a seu respeito, uma "etnografia de si". Este texto revisita alguns momentos da escrita leirisiana que ajudaram a impregnar de jogos de linguagem e de ficção uma nascente consciência antropológica e etnográfica, pouco propensa à objetividade imparcial e à neutra documentação científica do Outro.

Palavras-chave:
Primitivismo; Etnografia; Imaginário; Michel Leiris; Raymond Roussel

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