Resumo
Este texto visa expor a lógica moral e sensual do universo fabril, tentando suplementar as leituras excessivamente técnicas do trabalho com um estudo contextualizado e encarnado das práticas operárias. Nesse sentido, o investigador procedeu a um trabalho de observação participante, trabalhando 14 semanas, em 2007, como operador de máquina numa fábrica de mobiliário do Noroeste português. Um ano mais tarde, em 2008, ele voltaria para estudar a comunidade envolvente por mais 16 semanas. A partir da objectivação sociológica da experiência visceral do trabalho, foi possível conhecer o processo de incorporação do senso prático dos trabalhadores, conhecido localmente como "aprender a arte". Dada a sua relevância, é concedida uma atenção particular às implicações que teve o recurso à observação participante para esta pesquisa sociológica.
Palavras-chave:
Etnografia; Incorporação; Operariado; Senso prático; Regime de notoriedade