Resumo
Este texto volta-se para pessoas guarani falantes, particularmente aquelas que vivem no estado de São Paulo, em aldeias próximas ou contíguas a centros urbanos e rodovias. Buscando compor uma etiologia guarani das disposições e indisposições dos corpos, remeto a conceituações acerca do que mistura e o que circula entre/em pessoas/gentes, com seus efeitos transformacionais e dimensões fractais. Particularmente, são abordadas indisposições experienciadas como adoecimentos ou como um não se acostumar, que pode vincular-se a um não se sujeitar. A intenção é fazer ressoarem modulações guarani acerca de temas prementes na etnologia ameríndia, como alteridade, afinidade e predação, bem como no debate antropológico mais amplo acerca da mestiçagem e suas premissas concernentes ao diferir.
Palavras-chave:
Guarani-Mbya; Tupi Guarani; Afinidade e alteridade; Predação ontológica; Doença; Contramestiçagem; Antimestiçagem