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Canalizar o fluxo: lidando com a morte numa religião de matriz africana

Channelling the flow: dealing with death in an African-based religion

Canalizar el flujo: lidiando con la muerte en una religión de matriz africana

Resumo

Este artigo trata das diferentes formas por meio das quais fiéis do jarê, uma religião de matriz africana que só existe na Chapada Diamantina - uma região de colinas íngremes no interior do estado da Bahia, no nordeste do Brasil -, conceitualizam a morte. O tema se conecta de modos complexos com a história e a geografia da área, que por mais de um século gravitou inteiramente em torno das atividades de garimpo de diamantes. O jarê desenvolve um tipo de “metafísica telúrica” segundo a qual o chão, a terra e o ato de caminhar são entretecidos em situações de vida e morte ritualmente elaboradas durante as cerimônias. O jarê exemplifica como a força vital de cada pessoa é concebida como um fluxo instável e direcionável, cuja labilidade é processada de acordo com diferenças de concentração energética efetuadas por ações rituais que podem ter resultados até fatais.

Palavras-chave:
Religião afro-brasileira; Jarê; Antropologia da religião; Antropologia da morte; Populações afro-brasileiras

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