Resumo
Este artigo consiste em um estudo sobre a construção da memória da psiquiatra alagoana Nise da Silveira (1905-1999), conhecida a partir da década de 1940 por sua luta contra intervenções biomédicas consideradas violentas e pela defesa de atividades expressivas (sobretudo pintura e modelagem) como forma de tratamento em saúde mental. Concentra-se aqui em projetos desenvolvidos atualmente no âmbito do Instituto Municipal Nise da Silveira, complexo hospitalar centenário localizado no bairro do Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro, com ênfase no Museu de Imagens do Inconsciente, no Hotel da Loucura e seus respectivos líderes. Através de trabalho de campo, aponta-se para uma hierarquia de legitimidade concernente ao contato pessoal com a médica, na qual se inscreve uma tensão entre uma memória oficial e uma memória oficiosa.
Palavras-chave:
Nise da Silveira; Memória social; Reforma psiquiátrica; Psicanálise; Saúde mental