A ocorrência de miíases humanas causadas pelas larvas de Cochliomyia hominivorax foi registrada pela primeira vez em Recife, Estado de Pernambuco, Brasil. No período de novembro de 1999 a outubro de 2002 foram registrados, em três hospitais da rede pública, 24 casos de miíases em pacientes de ambos os sexos, com idade variando de 08 a 93 anos. As miíases diagnosticadas foram classificadas em cutâneas, orais, anais, auriculares e oculares, sendo os membros inferiores acometidos com maior freqüência (10/24) (41,7%). Em todos os casos, as miíases se desenvolveram em lesões pré-existentes, resultantes de: escoriações de natureza variada (10/24) (41,7%); lesões de origem não identificada (05/24) (20,8%); doenças do sistema circulatório (03/24) (12,5%); neoplasias (02/24) (8,3%); conjuntivite, otite, dermatite e ferida cirúrgica (01/24) (4,2%). Os fatores predisponentes às míiases foram debilidade física e mental, desidratação, higiene corporal inadequada, diabetes, desnutrição, elefantíase, esquizofrenia, alcoolismo, anemia, infestação por piolhos e, fundamentalmente, feridas acidentais.
Miíase humana; Cochliomyia hominivorax; Calliphoridae; Pernambuco