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Utilização da terapia ultra-sônica de baixa intensidade na redução da lipodistrofia ginecóide: uma terapia segura ou risco cardiovascular transitório? Um estudo pré-clínico

Use of low intensity ultrasonic therapy in the reduction of gynecoid lipodystrofy: a safe therapy or transitory cardiovascular risk? A pre-clinical study

FUNDAMENTOS: A difusão do ultra-som (US) como método terapêutico corroborou o perfil de segurança observado na prática médica, porém nem sempre baseado em estudos sistemáticos, sugerindo medidas de cautela e otimização da técnica. OBJETIVO: Avaliar o risco potencial da utilização do ultra-som de baixa intensidade em terapias dermatológicas e estéticas e suas implicações no sistema cardiovascular. MÉTODOS: Utilizaram-se (n=10) ratas Wistar, pesando +300g e divididas em dois grupos: controle-Sham e terapia ultra-sônica (TUS). Após anestesia induzida por halotano, as fêmeas foram submetidas à TUS modo de pulso, com potência de 1W/cm² e 3MHz freqüência, na região inguinal em área de 3cm², durante três minutos por 10 dias. Ao final do tratamento, após anestesia com (cloral hidratado 10% / 0,4ml/100g), foram cateterizadas em artéria femoral, e mensuradas a pressão arterial média (PAM) e a freqüência cardíaca (FC); foi coletado sangue para dosagem do perfil lipídico e glicêmico. A seguir, o coração foi isolado e perfundido pelo método de Langendorff; após 40 minutos, foi determinada a pressão de perfusão coronariana (PPC) basal e realizada curva dose-resposta de adenosina. Realizada Anova, seguida do teste de Tukey para múltiplas comparações, e as diferenças foram estabelecidas em 5%, e os valores expressos como média + EPM. RESULTADOS: Observou-se aumento (P<0,01) da PAM no grupo TUS (114+1 vs 103+1 mmHg) quando comparado ao grupo controle. A glicemia em jejum (97+2 vs 133+6 mg/dL) e o perfil lipídico apresentaram diferenças significativas tais como no LDL (10+1 vs 14+1mg/dL), HDL (59+1 vs 54+1mg/dL), triglicérides (33+2 vs 82+6mg/dL) nos grupos controle e TUS, respectivamente. A PPC basal reduziu (P<0,01) de 94+2 mmHg no controle para 79+1 mmHg no TUS. CONCLUSÃO: A TUS, imediatamente após o uso, alterou os parâmetros hemodinâmicos e os níveis de lipídios e glicose séricos, além de produzir atenuação da vasodilatação induzida por adenosina. Pode-se, portanto, considerar que a TUS eleva o risco para eventos cardiovasculares em ratas Wistar.

Celulite; Lipodistrofia; Ultra-som


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