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N-acetilcisteína oral no tratamento do fenômeno de Raynaud secundário à esclerose sistêmica: ensaio clínico randomizado, placebo-controlado e duplo-cego

Objetivo

Avaliar a segurança e a eficácia da N-acetilcisteína (NAC) por via oral sobre o fluxo sanguíneo da microcirculação digital em pacientes com fenômeno de Raynaud (FRy) secundário à esclerose sistêmica (ES).

Métodos

Este foi um estudo randomizado, duplo-cego e placebo-controlado, no qual 42 pacientes com ES receberam NAC oral na dose de 600 mg, três vezes ao dia (21 pacientes, idade média 45,6±9,5 anos) ou placebo (21 pacientes, idade média 45,0±12,7 anos) durante quatro semanas. O desfecho primário do estudo foi: melhora no fluxo sanguíneo da microcirculação cutânea antes e após estímulo frio avaliado pelo laser Doppler imaging (LDI) nas semanas 0 e 4. A frequência e a gravidade do FRy e o número de úlceras digitais também foram avaliados nas semanas 0 e 4. Os efeitos adversos foram registrados na quarta semana.

Resultados

Não houve mudança significativa no fluxo sanguíneo digital avaliado pelo LDI antes ou depois do estímulo frio após quatro semanas de NAC ou placebo. Ambos os grupos apresentaram melhora significativa na frequência e gravidade dos ataques de FRy, sem diferença entre os dois. O grupo placebo apresentou três úlceras digitais enquanto o grupo NAC não apresentou úlceras ao final do estudo. NAC foi bem tolerada e nenhum paciente descontinuou o tratamento.

Conclusões

NAC por via oral na dose de 1.800mg/dia não demonstrou efeito vasodilatador sobre a microcirculação das mãos após quatro semanas de tratamento em pacientes com FRy secundário à ES.

Esclerose sistêmica; Fenômeno de Raynaud; Estresse oxidativo; N-acetilcisteína; Tratamento


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