A. Diagnóstico clínico, laboratorial e por imagem
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A.1. Em situações de epidemia, diante de um quadro agudo de febre, artralgia/artrite intensa, com ou sem exantema, a possibilidade de febre chikungunya deve ser fortemente considerada. No entanto, outras doenças febris agudas devem entrar no diagnóstico diferencial, principalmente diante de casos graves ou atípicos. Concordância: 9,31 (DP
±
1,168); nível de evidência (2-4).
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A.2. Em pacientes com suspeita clínica de febre chikungunya na fase aguda, a avaliação laboratorial (hemograma, enzimas hepáticas, creatinina, glicemia de jejum, VSH/PCR) deve ser decidida caso a caso, a depender das comorbidades e sinais de gravidade. Concordância: 7,12(DP
±
3,5), nível de evidência (3,4).
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A.3. A detecção do CHIKV deve ser feita apenas para os casos nos quais se faça necessária a confirmação diagnóstica na fase aguda: casos atípicos, diagnóstico diferencial diante de formas graves de apresentação ou para definir estratégias de saúde pública (suspeição de novos focos ou de casos pós-epidêmicos), para as quais o método de escolha é a PCR em tempo real, deve essa ser solicitada na primeira semana de sintomas. Concordância: 9,19 (DP
±
0,834), nível de evidência (2,3).
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A.4. Para os casos agudos de febre chikungunya, a sorologia para CHIKV (IgM e IgG) só deve ser feita nas formas atípicas ou diante da necessidade de diagnóstico diferencial, deve ser solicitada a partir do décimo dia do início dos sintomas. Nas formas crônicas, a solicitação da sorologia é recomendada para confirmação diagnóstica, mas não para o início do tratamento. Concordância: 9,29 (DP
±
1,510); nível de evidência (2-4).
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A.5. Autoanticorpos na fase crônica da febre chikungunya só devem ser solicitados mediante a necessidade de diagnóstico diferencial com as doenças reumatológicas específicas, obedecem-se os consensos/diretrizes existentes. Concordância: 8,55 (DP
±
2,593); nível de evidência (3,4).
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A.6. Na fase aguda e subaguda da febre chikungunya, a maioria dos pacientes não necessita de exames de imagens. Na fase crônica, a radiografia simples deve ser solicitada na primeira consulta com o reumatologista, como avaliação estrutural inicial ou de dano preexistente. Concordância: 9,70 (DP
±
0,651); nível de evidência (3,4).
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A.7. A ultrassonografia musculoesquelética pode auxiliar na avaliação de alterações articulares e periarticulares em qualquer fase da febre chikungunya. Na fase aguda, é o único exame de imagem que pode ser feito, a critério médico, é especialmente útil no diagnóstico diferencial do edema de membros inferiores. Concordância: 9,29(DP
±
1,510); nível de evidência (3,4).
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B. Situações especiais
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B.1. No tratamento das gestantes com febre chikungunya deve-se levar em consideração o risco dos medicamentos para o feto e, se indicados, analgésicos, prednisona/prednisolona e hidroxicloroquina podem ser usados. Concordância: 9,71 (DP
±
0,534); nível de evidência (3,4).
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B.2. A febre chikungunya, por si só, não é indicação de parto operatório, deve essa ser puramente obstétrica. O aleitamento materno é permitido. Concordância: 9,67 (DP
±
0,547); nível de evidência (3,4).
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B.3. Em idosos (> 60 anos) com febre chikungunya recomenda-se em todas as fases da doença, especialmente na fase aguda, supervisão clínica rigorosa no que se refere ao uso de medicamentos, comorbidades e maior risco de complicações. Concordância: 9,61 (DP
±
0,737); nível de evidência (3,4).
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B.4. Crianças abaixo de dois anos devem receber atenção especial pelo maior risco de manifestações graves e atípicas, particularmente ao acometimento do SNC. Concordância: 9,30 (DP
±
1,179); nível de evidência (3,4).
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B.5. Recém-nascidos de mães com quadro clínico sugestivo de febre chikungunya próximo ao parto devem ficar sob observação rigorosa nos primeiros cinco dias de vida. Deve ser feito uso racional de medicações para os que desenvolvem a doença e manejo dos casos complicados em unidade de terapia intensiva. Concordância: 9,54 (DP
±
0,838); nível de evidência (3,4).
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B.6. Na fase aguda da febre chikungunya em crianças, o tratamento consiste em hidratação, analgésicos e antitérmicos, deve-se evitar uso de salicilatos. Na fase crônica, sugere-se seguir as recomendações dos adultos, levar-se em consideração as particularidades inerentes à faixa etária. Concordância: 9,48 (DP
±
0,785); nível de evidência (3,4).
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B.7. Recomendamos atenção em pacientes com diagnóstico prévio de artrite reumatoide, espondiloartrites ou lúpus eritematoso sistêmico, visto que pode ocorrer reativação ou exacerbação da doença de base. Concordância: 9,42 (DP
±
1,840); nível de evidência (3,4).
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