RESUMO
O presente estudo objetivou compreender como são pensadas e construídas práticas de trabalho e de gestão de pessoas na cotidianidade de um local onde o trabalho exige enfrentamento com a morte. Esse é um estudo qualitativo. Foi realizado o acompanhamento da rotina de 4 agentes funerários, 1 diretor de plantão, 1 gerente administrativo e 1 maquiadora necrotérica em seu contexto de trabalho em uma empresa funerária de pequeno porte em Porto Alegre. Para a coleta de dados foram utilizadas técnicas etnográficas (CAVEDON, 2003CAVEDON, N. R. Antropologia para administradores. Porto Alegre: UFRGS, 2003.), sendo a interpretação realizada por meio de análise de conteúdo (MINAYO, 2010MINAYO, M. C. S. (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 29. ed. Petrópolis: Vozes, 2010.). Os achados foram agrupados em quatro categorias que, entende-se, integram o processo de subjetivação do fazer/saber diante da morte: 1) redimensionando as certezas; 2) os saberes no/do trabalho frente à ressignificação da morte; 3) ser trabalhador atravessado pela representação da morte em sociedade; e 4) gestão se configurando no contexto da morte. Vimos que esses profissionais criam, reinventam suas maneiras de fazer, a partir de um processo de ressignificar e naturalizar a morte, sendo o ambiente organizacional, em consonância com Certeau (2008)CERTEAU, M. de. A invenção do cotidiano: 1. Artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 2008., um espaço onde trabalhadores fazem a gestão do seu cotidiano e de si mesmos com seus próprios significados.
Palavras-Chave:
Gestão em Pequenas Empresas; Funerárias; Subjetividade; Cotidiano; Morte