Uma amostra de sete sujeitos, pertencentes a Organizações Não Governamentais (ONGs) de Ribeirão Preto, foi entrevistada através de procedimentos semi estruturados para verificação de cognições associadas a quatro categorias de conteúdos relacionados à AIDS: a doença em si, o tratamento, o paciente e prevenção. Uma análise de conteúdo das entrevistas foi processada sobre avaliações feitas por 10 juízes universitários, com base em procedimentos de cálculo das entropias relativas (Hr), tomando-se, como critério, escores iguais ou inferiores ao percentil 33 das distribuições de Hr e verificando-se a fidedignidade dos julgamentos para cada categoria (Zk>3.39; p<.05). Foram identificadas crenças de forte conotação teleológica (Hr<.29) relacionadas com a morte, a vergonha dentro da família e o silêncio das pessoas para a categoria doença. A respeito do paciente, apareceram representações ligadas ao estigma, perda da cidadania e responsabilidade pela própria condição (Hr<.35). Confirmando dados de literatura, a visão do tratamento e da prevenção se respalda em crenças altamente socializadas (Hr<.39) que envolvem a participação da família e a atribuição de fortes estigmas por parte dos especialistas que atendem ao paciente.
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida; Organizações Não Governamentais; Saúde Coletiva; Cognições