Para explicar o comportamento infrator de adolescentes foram estudadas as condições de socialização e ressocialização de 116 meninos institucionalizados em Natal. Foram analisados os discursos de 17 sujeitos. As condições de socialização foram marcadas pela pobreza e abandono. O comportamento delinqüente foi adotado como estratégia de sobrevivência. O discurso dos sujeitos reproduziu a ideologia dominante quando se referiam a si mesmos negativamente e atribuíam seu comportamento delinqüente a características pessoais. A trajetória de vida dos sujeitos, dez anos após o internamento, confirma a ineficácia dos programas de ressocialização. A análise do contexto social mais amplo esclarece que as raízes do comportamento delinqüente encontram-se na exploração das classes trabalhadoras pelo modelo de acumulação capitalista adotado no Brasil.
Delinqüência juvenil; Socialização; Meninos de rua