No presente trabalho, foi levantado o problema da avaliação de crianças com diagnóstico de deficiência primária e acentuadas dificuldades de aprendizagem, que tendem a obter baixo escores em avaliações padronizadas. Questionou-se a prática de atribuir esses baixos resultados exclusivamente aos aspectos orgânicos da deficiência, levando a prognósticos desfavoráveis. Com base no conceito de zona de desenvolvimento proximal de Vygotsky, foram observadas e analisadas, em grupos de convivência com caráter psico-educacional, as interações de seis crianças que tinham obtido baixos resultados na aplicação de um teste padronizado (WISC Verbal), ou que tinham sido consideradas não-testáveis. Em todos os casos, foi possível identificar capacidades nessas crianças, muitas vezes representando momentos iniciais de aquisição de novos modos de ação, ainda bastante instáveis. Discutiu-se o fato de que situações de avaliação padronizada, em geral, não se constituem no melhor ambiente para a identificação de capacidades em aquisição, no caso dessas crianças.
zona de desenvolvimento proximal; deficiência visual; dificuldades de aprendizagem; avaliação em contexto; educação especial