Esta pesquisa teve como objetivo compreender a vivência de ser mãe, através da adoção, no caso de mulheres férteis cujo companheiro é infértil. Partiu-se do referencial fenomenológico-existencial, utilizando-se como instrumento metodológico a narrativa. Os resultados mostraram que a maternidade permanece como um dos principais papéis femininos, bem como que a adoção pode ser pensada como alternativa para realizar o desejo de ser mãe e, ao mesmo tempo, agradar o marido, garantindo a continuidade daquela relação amorosa. Através dos cuidados maternos, a mulher pode se realizar como mãe, acarretando novo sentido para sua vida, embora a ausência da gravidez seja motivo de frustração e/ou sofrimento. Ao final, o estudo enseja reflexões de que, para se realizar como mãe, a mulher não precisa, necessariamente, gerar filhos, sendo a maternidade uma das inúmeras possibilidades que lhe são apresentadas, que ela pode escolher, ou não, realizar.
gênero; maternidade; adoção; infertilidade; pesquisa fenomenológica