Contextualização:
A doença falciforme (DF) caracteriza-se por mutação genética na cadeia Beta da hemoglobina, gerando disfunções no organismo, como comprometimento da função pulmonar e da capacidade funcional.
Objetivo
: Avaliar as alterações da função pulmonar e da capacidade funcional de indivíduos com DF assim como identificar a relação entre essas variáveis.
Método
: Foram avaliados 21 indivíduos com DF, (29±6 anos), segundo aspectos sociodemográficos, antropométricos, função pulmonar (espirometria), força muscular respiratória (manovacuometria) e periférica (força de preensão palmar - FPP) e capacidade funcional (teste de caminhada de seis minutos - TC6). Procedeu-se à análise estatística com os testes Shapiro-Wilk, t de Student pareado, Wilcoxon, Correlação de Pearson e Spearman (p<0,05).
Resultados
: 47,6% dos indivíduos apresentaram alteração da função pulmonar, sendo 42,8% com padrão ventilatório restritivo (PVR) e 4,8% com padrão ventilatório misto (PRM). A PImáx apresentou valor abaixo do previsto somente para as mulheres (64 cmH2O), enquanto a PEmáx, a FPP e a distância percorrida no TC6 apresentaram valores abaixo do previsto tanto para os homens (103 cmH2O; 39 Kgf; 447 m) quanto para as mulheres (64 cmH2O; 27 Kgf; 405 m). Observaram-se correlações positivas da ventilação voluntária máxima (VVM) com a PEmáx (r=0,4; p=0,046) e IMC (r=0,6; p=0,003) e da FPP com a PImáx (r=0,7; p=0,001), PEmáx (r=0,6; p=0,002), VVM (r=0,5; p=0,015), distância percorrida no TC6 (r=0,4; p=0,038) e IMC (r=0,6; p=0,004).
Conclusões:
A DF promoveu alterações na função pulmonar e na capacidade funcional, havendo predominância do PVR, e a distância percorrida no TC6 apresentou valores inferiores ao previsto. Além disso, as variáveis apresentaram correlação entre si.
anemia falciforme; fisioterapia; testes de função respiratória; espirometria; teste de caminhada de seis minutos