RESUMO:
Rejeitos de carvão contêm vários minerais, entre os quais a pirita, que se oxida e gera a drenagem ácida de minas (DAM), um efluente ácido com alto poder poluidor. Atualmente, o setor de mineração de carvão brasileiro controla a DAM por meio do tratamento pelo método de neutralização/precipitação de metais, que consome substanciais quantidades de reagentes e gera um grande volume de lodo. O objetivo deste trabalho foi estudar a minimização da geração da DAM por outra abordagem, o método preventivo de isolamento e exclusão de sulfetos. O processo consiste na remoção da pirita da massa de resíduos, reduzindo a geração de acidez e minimizando a carga de metais nas estações de tratamento. A metodologia do trabalho consistiu na separação gravimétrica por meio denso de uma amostra típica de rejeito de carvão, obtendo-se três frações densimétricas: inferior a 2,2, entre 2,2 e 2,7 e superior a 2,7. Cada fração foi submetida às análises imediata e elementar. Também foram realizados ensaios estáticos e cinéticos em células úmidas para avaliação da geração de acidez no rejeito bruto e na fração com densidade intermediária. Os resultados demonstraram que, por intermédio do beneficiamento gravimétrico dos rejeitos, é possível reduzir em 30% o volume de material descartado. Esse material apresenta um potencial de geração de acidez líquido de 80 a 90% inferior ao do rejeito de carvão bruto. Além disso, estima-se que os custos com reagentes no tratamento de águas ácidas produzidas da mineração de carvão possam ser reduzidos em aproximadamente 85%.
Palavras-chave:
rejeitos de carvão; drenagem ácida de minas (DAM); tecnologias mais limpas; meio ambiente