Este trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa qualitativa na qual foram entrevistados psicanalistas e gestalt-terapeutas, visando conhecer os impactos da difusão da Internet sobre os processos de subjetivação de seus pacientes. Para os entrevistados, o atendimento de usuários da Rede revela a emergência de novos processos de subjetivação. Estes, no entanto, por serem em grande parte desconhecidos, ainda não podem ser integrados em um modelo que defina a subjetividade contemporânea. Segundo os entrevistados, é possível, contudo, identificar algumas características subjetivas comuns aos pacientes usuários da Internet. São elas: o prazer derivado do uso da Rede como um novo espaço de vida, o sentimento de onipotência originado na experiência online, as relações estabelecidas com seus corpos e os excessos vividos no espaço virtual. Finalmente, o exame destas características e dos resultados de outras pesquisas gera uma interessante convergência que fornece pontos de partida para uma reflexão teórica sobre a subjetividade contemporânea.
Internet; subjetividade; prática clínica