O presente artigo trata das especificidades da paternidade adotiva ao apontar diferenças marcantes na constituição da identidade dos pais adotivos e demarcar elementos importantes para um trabalho preventivo. Na adoção, a criança chega à família de forma diferente da usual, com uma história pré-adotiva e dois casais parentais. Quando a parentalidade adotiva é estabelecida a partir da impossibilidade de gerar o filho biológico, lutos e perdas entram em cena e precisam ser elaborados. Fatores conscientes (a esterilidade, as cobranças da sociedade, a história pré-adotiva da criança, os pais biológicos, os preconceitos) e fatores inconscientes (medos, desejos, fantasias, as demandas de cada cônjuge) precisam ser considerados e trabalhados. É indispensável que os candidatos a pais compreendam a própria dinâmica psicológica para que tenham condições de estabelecer os parâmetros de uma relação saudável com os futuros filhos.
adoção; identidade; diferença