O espaço tem sido utilizado nas análises que relacionam o ambiente com a saúde, ora como simples plano geométrico para a disposição de dados epidemiológicos, ora como uma aproximação para a diferenciação de condições sociais, ou mesmo como uma circunstância de fatores espaciais que induzem risco. Neste trabalho são descritas as três principais abordagens espaciais em saúde e suas limitações. O uso do geoprocessamento na área de saúde tem sido facilitado pelo amplo acesso a bases de dados epidemiológicos e pela disponibilização de ferramentas cartográficas e estatísticas computadorizadas. O uso desta ferramenta pressupõe, no entanto, modelos de explicação do processo saúde/doença, que são baseados em variáveis espaciais como a distância, vizinhança, e o interrelacionamento com dados de caracterização do lugar. O exemplo de uma fábrica de lâmpadas fluorescentes permite compreender o espaço como mediador de relações sociais. A localização e atividade dos trabalhadores na fábrica condicionam os riscos a que estes estarão submetidos. Através da análise espacial de indicadores de emissão, contaminação e exposição ao mercúrio, foi possível identificar áreas e atividades de risco aos trabalhadores. Estes fatores, por sua vez, estão intrinsecamente ligados à organização interna e externa da produção.
Epidemiologia Ambiental; Análise Espacial; Exposição ao Mercúrio