Apresenta-se uma caracterização das manifestações atuais da precarização do trabalho que vem atingindo amplos setores da população brasileira. Discutem-se dimensões da reestruturação produtiva, da integração mundial dos mercados financeiros e da internacionalização e abertura das economias. Enunciam-se conseqüências político-sociais das mudanças que configuram a nova questão social. No caso brasileiro, observa-se progressiva pauperização que envolve inclusive trabalhadores integrados ao mercado formal de trabalho, gerando insegurança, instabilidade e precariedade nos vínculos laborais e desestruturação/reconstrução de identidades geradas em torno do trabalho. A violência urbana vem agravar o conjunto de contradições da vida contemporânea. As repercussões para a saúde situam-se no cerne dessa problemática. Diante da dificuldade de apreender e dimensionar, com o instrumental habitualmente utilizado, as implicações desse quadro, investiu-se na construção de estratégias metodológicas capazes de fornecer subsídios para formular estimativas dos agravos à saúde. Descrevem-se três dos investimentos realizados em serviços públicos de saúde, junto a adolescentes em situações extremas de risco e em delegacias policiais, onde foram analisados os registros de ocorrências.
Precarização do Trabalho; Exclusão Social; Acidentes de Trabalho; Violência Social