Este estudo analisa cuidados ambientais e relações de atendimento em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal Cirúrgica, refletindo sobre potencialidades e obstáculos para promoção de cuidado humanizado. A pesquisa, realizada em uma instituição de nível terciário, utilizou o método da observação participante enfocando, por cinco meses, relações profissional-bebê, profissional-responsável e mãe-bebê. Foram observadas rotinas contemplando condições ambientais e necessidades de bebês e famílias, e estratégias para redução de ruído e luminosidade, com diferentes níveis de efetividade. O consolo e bem-estar dos bebês eram proporcionados por suporte do corpo e uso da sucção não-nutritiva. Tais condutas não eram sistematizadas e revelaram contradições e ambigüidades. O acesso dos pais era incentivado, porém sinais de dificuldades como medo, insegurança e estresse na relação pais-bebês, indicaram necessidade de ampliação dos cuidados dirigidos à família. Posturas e práticas em UTIs Neonatais são permeadas por conflitos, negociações e adaptações ao trabalho, constituindo um desafio à construção de um modelo assistencial humanizado, que alie diferentes tecnologias, respeito e acolhimento às necessidades intersubjetivas de pacientes e profissionais e reconhecimento das lógicas culturais das famílias.
Humanização; Qualidade dos cuidados de saúde; Cuidados intensivos; Cirurgia