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Sobre a bucalidade: notas para a pesquisa e contribuição ao debate

On the concept of buccality: notes for research and contribution to the debate

Neste artigo é discutido o conceito de bucalidade, entendido como expressão dos trabalhos sociais que a boca humana realiza. Tomou-se como referência uma teoria social da saúde, construída no campo da saúde coletiva, que encontra seu foco nas relações sociais e nos conflitos a elas articulado. Foram localizados os problemas teórico-práticos enfrentados pela saúde coletiva, vistos como os da sua cientificidade e do específico modo como participa da reprodução social e considerados seus limites quanto à organização coletiva dos cuidados de saúde, como efeito das políticas neoliberais. Os problemas derivados do conceito da saúde bucal coletiva foram vistos como sendo da mesma natureza, cujo enfrentamento só pode ser realizado com o uso das categorias de análise da saúde coletiva ou teoria social da saúde. Reitera-se a cientificidade deste campo pela explicitação do seu pertencimento às ciências humanas, que exige reposicionamento epistemológico, isto é, seu deslocamento do solo biomédico, e o abandono da noção de paradigma. É afirmada sua instabilidade essencial, caracterizada no objeto e não no método. Finalmente, verifica-se a constituição das estruturas "extradiscursivas" da saúde, pela sua inclusão entre os Aparelhos Ideológicos de Estado, que tem na crítica da ideologia o fio condutor da narrativa.

Saúde coletiva; Bucalidade; Epistemologia


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