O trabalho tem como objetivo analisar a iniciação sexual masculina, identificando os sentidos a ela atribuídos por jovens de classe popular. O referencial teórico-conceitual foi o de que a sexualidade reflete relações mais amplas, envolvendo sujeito e sociedade. O desenho metodológico se caracteriza por um estudo de caso sob a perspectiva das ciências sociais, ancorada numa abordagem hermenêutica-dialética, envolvendo dezenove jovens do sexo masculino, na faixa etária de 15 a 17 anos. Nas conversas estabelecidas pelos jovens, observa-se que, de um lado, valorizam-se determinadas fontes de informações em detrimento de outras e, de outro, há uma oscilação entre permissão e interdição dos assuntos relacionados à sexualidade em geral e à iniciação sexual em específico. Ainda nessas conversas, a masturbação desponta como um espaço privilegiado da iniciação sexual masculina. Em termos de sentidos atribuídos à iniciação sexual, os jovens a associam a algo complicado, prazeroso, afetuoso e espaço de aprendizagem. Os achados do estudo apontam que investimentos precisam ser empreendidos no campo da saúde coletiva para o desenvolvimento de tecnologias de acolhimento das demandas sexuais juvenis masculinas, deslocandose de fóruns privados acerca da iniciação sexual para uma atenção integral à saúde de homens jovens.
Iniciação sexual; Masculinidade; Juventude