Este artigo objetiva explorar caminhos teóricos para analisar a articulação entre a dinâmica intersubjetiva e a construção de processos de mudança em organizações públicas de saúde, discutindo particularmente o papel do gestor neste contexto. Para considerar o fenômeno organizacional, a perspectiva da psicossociologia francesa é apresentada, ganhando destaque a compreensão da dimensão imaginária, grupal e inconsciente das organizações. O trabalho gerencial, compreendido particularmente através da função de liderança, é tratado à luz de uma perspectiva grupal, de base psicanalítica, sendo ressaltado seu potencial estruturante para as organizações. Embora os gestores de organizações de saúde possam potencialmente propiciar o embate entre as forças dominantes do conformismo e as forças instituintes, que favorecem o vínculo e a mudança, a crise de natureza gerencial e assistencial que vivem os hospitais públicos leva a um esvaziamento das capacidades de intermediação social e psíquica desses gestores.
Intersubjetividade e gestão; Trabalho gerencial e imaginário; Psicossociologia e gestão em saúde