Trata-se de um estudo observacional, longitudinal, que teve como objetivo caracterizar o perfil dos pacientes inscritos na lista de espera para transplante renal entre 1º/01/2000 e 31/12/2004 em Belo Horizonte (MG) e seu desfecho clínico em 31/12/2005. Dados sociodemográficos e clínicos de pacientes residentes em Belo Horizonte, maiores de 18 anos, foram coletados na Central Estadual de Transplantes de MG. Realizaram-se entrevistas com profissionais vinculados ao processo regulatório de transplantes para relato das dificuldades de acesso a esse procedimento. Foram feitas análises descritivas, comparativas dos dados secundários e qualitativa das entrevistas. Inscreveram-se 835 pacientes. No final do estudo, 22,7% foram transplantados, 15,6% foram a óbito, 15,4% foram desligados e 46,2% permaneciam na fila de espera. Pacientes transplantados eram mais jovens e ativos profissionalmente, apresentaram mais frequentemente grupo sanguíneo A, glomerulonefrites como causa da insuficiência renal crônica, menor prevalência de diabetes e menor tempo do início da diálise à entrada na lista do que pacientes não transplantados. Variáveis sociodemográficas e clínicas influenciam o acesso ao transplante renal, considerado um processo complexo que tem determinantes desde a atenção básica até a obtenção do rim.
Insuficiência renal crônica; Transplante renal; Fila de espera