Apresenta-se uma análise sobre o impacto do suicídio de idosos, na dinâmica de suas famílias. O artigo é fruto de um tipo de pesquisa qualitativa a que se denomina autópsia psicossocial e está baseado em entrevistas com familiares de 51 idosos suicidas de 10 cidades brasileiras. O estudo nessas localidades foi definido por levantamento epidemiológico que revelou a relevância do fenômeno. Foram vários os temas analisados na investigação. Mas este texto se debruça sobre como a família enfrentou a morte da pessoa idosa, suas impressões sobre o ato e as repercussões nos seus membros e na rede social. A partir da análise compreensiva dos depoimentos, foram construídos os seguintes núcleos de sentido: culpa pelo ato, isolamento social e suas manifestações na saúde, estigma e preconceito social, sofrimento familiar e perspectivas de superação, raiva e crença na improbabilidade do ato e atenção aos familiares. As famílias manifestaram sofrimento, tristeza e perplexidade pela morte do idoso, o que influi e tem repercussões na sua dinâmica e no âmbito individual. Tais consequências são diferenciadas nos locais pesquisados e dependendo das experiências da família com atos dessa natureza.
Suicídio; Idoso; Família