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Desigualdades de gênero na mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis no Brasil

A carga de doença atribuída às doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) está aumentando globalmente, sendo em geral maior em homens. O objetivo deste artigo é descrever os diferenciais por gênero na mortalidade e tendências por DCNT no Brasil. Taxas padronizadas de mortalidade foram calculadas para os anos 1991-2010 após correção por subregistro e causas mal definidas, empregando faixas etárias de cinco anos específicas para homens e mulheres. As tendências foram analisadas com modelos de regressão joinpoint. Em 2010 as taxas para todas as DCNTs (homens: 479/100000; mulheres: 333/100000) e para os principais grupos de DCNTs (doenças cardiovasculares, câncer, doenças crônicas respiratórias e outra doenças crônicas) eram mais altas em homens. Entre 1991-2010, observou-se um declínio nas taxas padronizadas de mortalidade, em homens e mulheres, iniciando em 1993, e tornado-se menos intenso em anos recentes. A probabilidade incondicional de morrer entre as idades de 30 e 70 devido a um dos quatro principais grupos de DCNTs baixou de 1993 até 2010 de 32,3% para 22,8% em homens, e de 23,5% para 15,4% em mulheres. Concluindo, apesar do notável declínio nas taxas padronizadas de mortalidade por DCNT nas últimas duas décadas, o predomínio em homens persiste e, a se manter essa tendência, em termos relativos, irá aumentar.

Doença crônica; Brasil; Mortalidade; Sexo


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