Discute-se o suicídio de homens idosos no Brasil. O texto se fundamenta em estudos de gênero e masculinidades e dá ênfase ao sentido de "masculinidade hegemônica" dentro da lógica do patriarcalismo que, no caso dos suicídios, se expressa na perda do trabalho como referência existencial e no sentido de honra como escudo. O estudo contempla casos de 40 homens que faleceram por suicídio no período entre 2006 a 2009 em dez municípios do país e tinham idade acima de 60 anos. Pela técnica de autópsia psicossocial foram coletados e analisados dados da história e modo de vida; avaliação dos antecedentes; impacto na família; letalidade do método; proximidade de fontes de apoio; tentativas anteriores; estado mental que antecedeu o ato; reações da família e da comunidade. Embora sejam vários os fatores que se associam à morte autoinfligida nesse grupo social, é inegável a importância da cultura masculina hegemônica na preeminência do número de suicídios de homens idosos em relação com as mulheres idosas. É fundamental dar atenção especial aos homens nos momentos de passagem da vida laboral para a aposentadoria, nas situações de perdas de familiares referenciais e quando são diagnosticados com enfermidades crônicas degenerativas que provoquem deficiências, perda de autonomia ou impotência sexual.
Suicídio; Suicídio de idosos; Suicídio de homens idosos; Masculinidades