Este artigo aborda o ideário dos Cuidados Paliativos, para uma trajetória na direção de uma "boa morte", para adultos e crianças. A partir do exame de livros-texto, manuais e artigos, de observação de cursos e congressos da especialidade, voltada a pacientes diagnosticados como "fora de possibilidades terapêuticas de cura", são examinadas as diferenças e semelhanças entre o atendimento a adultos e crianças. A equipe busca prestar uma assistência à "totalidade bio-psico-social-espiritual" do doente e de seus familiares, para propiciar "qualidade de vida" no tempo restante, com autonomia do enfermo e controle de seus sintomas. Segundo o modelo paliativista, os atores sociais envolvidos nos cuidados devem aceitar o término da vida. Trata-se de produzir uma "boa morte", "com dignidade", pacífica, tranquila, aceita, visível e compartilhada socialmente, com suporte da equipe multiprofissional. Tal configuração é complexa, pois diversos fatores e circunstâncias podem interferir, sobretudo no caso de crianças, quando se apresenta um paradoxo, uma vez que a ocorrência de doença terminal nesta etapa da vida - tão valorizada na cultura ocidental contemporânea - constitui um drama social.
Cuidados paliativos; Vida; Adulto