Uma nova epistemologia faz imperativo que distintos saberes sejam incorporados para compreender e interagir com os complexos problemas que afetam a humanidade, como aqueles que se associam à saúde e ambiente. O estudo objetiva explorar a aplicabilidade da ecologia de saberes em meio a publicações de artigos em veículos científicos tradicionais, focando abordagens participativas para questões de saúde e ambiente. A metodologia consiste de uma revisão bibliográfica em uma base internacional de amplitude pandisciplinar; com isso, 170 artigos incluídos neste estudo foram classificados por suas abordagens participativas como: pontual; multi-instrumentos; e continuada/cíclica. Embora as abordagens pontuais e multi-instrumentos possam ser eficientes para possibilitar a incorporação de outros saberes, sistematicamente marginalizados pela ciência tradicional, é nas abordagens continuadas/cíclicas que se vislumbra maior potencial dialógico, pois se identificam aspectos inerentes à processos participativos mais simétricos, com perspectivas de empoderamento dos atores sociais e legítima incorporação de subjetividade e diversidade. Isto corresponde à premissa de que a promoção de uma justiça cognitiva global é indispensável para se obter uma justiça social global.
Pesquisa participativa baseada na comunidade; Saúde ambiental; Conhecimentos; atitudes e prática em saúde