Nos últimos anos, visando a garantir a efetividade da justiça, iniciou-se o processo de reforma do judiciário brasileiro. Se, por um lado, as mudanças têm sido significativas e positivas, por outro pouco se sabe dos impactos das transformações sobre o trabalhador. A fim de dar visibilidade aos efeitos destas transformações, com base no referencial teórico da ergonomia da atividade, o objetivo desta pesquisa foi avaliar o Contexto de Trabalho e o Custo Humano no Trabalho em um órgão do Poder Judiciário brasileiro. Utilizaram-se a Escala de Avaliação do Contexto de Trabalho (EACT) e a Escala de Custo Humano no Trabalho (ECHT), ambas componentes do Inventário sobre Trabalho e Risco de Adoecimento (ITRA). Participaram deste estudo 383 servidores de diferentes lotações, sendo 58% do sexo feminino, 62,7% com curso de pós-graduação completo, 59,3% casados e 53% com idade entre 21 e 40 anos. Os resultados apontam, na EACT, para avaliações tendendo a críticas nos fatores Organização do Trabalho e Relações Socioprofissionais. No caso da ECHT, os fatores Custo Afetivo e Custo Cognitivo tiveram avaliação de moderada a crítica. A ANOVA evidenciou diferenças de percepções relacionadas a algumas variáveis sociodemográficas.
Poder judiciário; Ergonomia da atividade; Custo humano no trabalho; Contexto do trabalho; Organização do trabalho e relações socioprofissionais