Resumo
A redução da participação da população masculina nas atividades econômicas é resultado de sua entrada mais tarde e saída mais cedo do mercado de trabalho. Esta saída não está associada apenas à aposentadoria “precoce”. Entre 1993 e 2013, observou-se um crescimento no número de homens de 50 a 59 anos que não trabalhavam, não procuravam trabalho e não eram aposentados e nem pensionistas (nem nem). A literatura aponta que o trabalho é o evento social mais importante da vida dos homens e os contratos tradicionais de gênero estabelecem os papéis de provedor para eles e o de cuidadora para as mulheres. Esse crescimento sugere mudanças nas relações de gênero, pois se observou uma diminuição na proporção de homens chefes de família e um aumento na de cônjuges bem como de homens morando com os pais. Isto pode ser reflexo das dificuldades experimentadas por eles na inserção no mercado de trabalho, dada, também, a sua baixa escolaridade. Isto requer uma maior participação das mulheres. Essa tendência é contraditória com o novo regime demográfico. A saída tardia das atividades econômicas é um requisito importante para minimizar os desafios trazidos pela redução da força de trabalho e pelo envelhecimento populacional.
Palavras-chave
Participação masculina no mercado de trabalho; Aposentadoria; Relações de gênero; Nem-nem