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Movimento social de mulheres com HIV/AIDS: uma experiência entre cidadãs “posithivas” do Rio de Janeiro, Brasil

Resumo

Diante do papel histórico da sociedade civil organizada nas respostas sociais à aids e na governança global em saúde, o artigo analisa a biografia de mulheres com HIV/aids, integrantes do Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas (MNCP), uma rede nacional de mulheres soropositivas. Utilizou-se abordagem qualitativa, com observações das ações do MNCP no Rio de Janeiro e entrevistas individuais com oito integrantes do MNCP, sobre suas motivações e experiências no movimento. A maioria das entrevistadas tinha mais de 50 anos e foi diagnosticada na década de 1990. Suas biografias foram marcadas por desigualdades sociais e de gênero. A entrada no MNCP resultou da necessidade de suporte pós-diagnóstico do HIV e do pouco acolhimento nos serviços de saúde. O movimento contribuiu para reconstrução da identidade social, acesso a informação sobre cuidado e apoio social. Segundo os achados, as ações do movimento não priorizam pautas do movimento feminista e o enfrentamento do estigma da aids e das condições de vulnerabilidade ao HIV. Frente ao atual contexto, global e nacional, de recrudescimento de intervenções biomédicas nas políticas de aids e da redução de recursos para o movimento social, o estudo fomenta reflexões sobre os desafios da sociedade civil organizada nas respostas sociais locais a epidemia de aids.

HIV/AIDS; Gênero; Movimento social; Apoio social

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