Resumo
Este artigo faz parte de uma pesquisa etnográfica desenvolvida durante um ano no setor de musculação de uma academia de ginástica em um bairro da cidade do Rio de Janeiro cujos alunos são de baixa renda e, em sua maioria, trabalham em ocupações ou ofícios profissionais com alta demanda de esforço físico. Através da perspectiva antropológica do interacionismo simbólico, o objetivo foi analisar em que medida os “limites” corporais relacionados às dores citadas pelos alunos na academia representavam simbolicamente as relações entre o trabalho corporal na musculação e os esforços físicos exigidos nas suas ocupações ou ofícios profissionais. As análises das observações indicaram que esses alunos concebiam o corpo de modo instrumental e utilitário ao relacionarem as dores do exercício físico ao trabalho cotidiano. Assim, fica implícita a relação entre as atividades laborais e físicas nas representações dos “limites” corporais desses sujeitos expressas através da dor. Esses dados são relevantes para se pensar as intervenções e as práticas sanitárias no campo da Saúde Coletiva.
Palavras-chave
Dor; Academias de ginástica; Educação física e treinamento; Trabalho; Etnografia