Fontanella et al. (2007)1616 Fontanella F, Speck FP, Piovezan AP, Kulkamp IC. Conhecimento, acesso e aceitação das práticas integrativas e complementares em saúde por uma comunidade usuária do Sistema Único de Saúde na cidade de Tubarão/SC. ACM 2007; 36(2):69-74.
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Quantitativo |
Avaliar o conhecimento, o acesso e a aceitação referente às PIC de uma comunidade usuária do SUS da região Sul Brasileira. |
A maioria das PIC não era conhecida pela população. Foi comum o uso de terapias sem o acompanhamento de um especialista, o que, junto ao baixo acesso da população, demonstra a carência de profissionais capacitados para esse atendimento. |
Existe baixo conhecimento e acesso às PIC, apesar do interesse e de sua aceitação pela população. Além disso, o uso das terapias ocorre sem a consulta de profissionais especializados. |
Monteiro e Iriart (2007)1212 Monteiro DA, Iriart JAB. Homeopatia no Sistema Único de Saúde: representações dos usuários sobre o tratamento homeopático. Cad Saude Publica 2007 ago; 23(8):1903-1912.
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Estudo de Caso |
Compreender as motivações dos usuários para procurar a homeopatia, como eles representam e explicam a ação dos medicamentos e dos tratamentos homeopáticos. |
A motivação principal para procurar a homeopatia foi o insucesso do tratamento alopático. A perspectiva holística, o uso de medicamentos naturais, o tempo longo da consulta e a escuta atenta foram trazidos como características diferenciais positivas na comparação com o tratamento alopático. |
O potencial da contribuição de alternativas terapêuticas como a homeopatia no serviço público de saúde é pouco explorado. |
Tesser e Barros (2008)1717 Tesser CD, Barros NF. Medicalização social e medicina alternativa e complementar: pluralização terapêutica do Sistema Único de Saúde. Rev Saude Publica 2008; 42(5):914-920.
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Análise Reflexiva |
Analisar potencialidades e dificuldades de práticas e Medicinas Alternativas e Complementares (MAC) a partir de experiências clínico-institucionais e da literatura especializada |
Existe a oferta das MAC pelo SUS. É unanime as manifestações favoráveis de políticas da sociedade civil e dos representantes dos usuários quanto ao oferecimento das MAC pelo SUS. |
A MAC tem limitado potencial "desmedicalizante". Devem ser observadas a hegemonia políticoepistemológica da biociência e a disputa mercadológica atual no campo da saúde, cuja tendência é transformar qualquer saber ou prática do processo saúde-doença em mercadorias ou procedimentos a serem consumidos. |
Ceolin et al. (2009)88 Ceolin T, Heck RM, Pereira DB, Martins AR, Coimbra VCC, Silveira DSS. A inserção das terapias complementares no sistema único de saúde visando o cuidado integral na assistência. Enferm. glob. 2009; 16:1-10.
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Análise Reflexiva |
Discutir o uso das terapias complementares no Brasil, visando um atendimento integral do indivíduo e a inserção do profissional enfermeiro nestas práticas. |
O uso de plantas medicinais tem aumentado para suprir as necessidades dos usuários. É necessário que o enfermeiro amplie seu conhecimento e conquiste espaço para o uso das terapias complementares. |
O modelo biomédico é falho na assistência integral ao usuário. Com isso, este tem buscado outros tratamentos. As plantas medicinais vêm ao encontro desta lacuna. |
Salles e Schraiber (2009)1313 Salles SAC, Schraiber LB. Gestores do SUS: apoio e resistências à Homeopatia. Cad Saude Publica 2009; 25(1):195-202.
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Análise Reflexiva |
Investigar as características presentes na relação que se estabelece nos dias atuais entre a Homeopatia e a Biomedicina, segundo o ponto de vista dos médicos não homeopatas. |
O apoio de gestores à presença da Homeopatia no SUS relaciona-se à percepção da demanda social, à defesa do direito de escolha dos usuários e à constatação de tratar-se de uma prática médica que resgata a dimensão humanista da medicina. |
Predomina a noção de Homeopatia como uma "medicina suave", que lentamente poderia promover melhora dos sintomas. Existe a falta de estrutura dos serviços para atendimentos de casos agudos. A formação dos homeopatas é falha, pois os cursos de especialização não oferecem treinamento para atendimento de casos agudos. |
Andrade e Costa (2010)1818 Andrade JT, Costa LFA. Medicina Complementar no SUS: práticas integrativas sob a luz da Antropologia médica. Saude Soc 2010; 19(3):497-508.
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Análise Reflexiva |
Contemplar os aspectos da institucionalização das PIC, refletir sobre os fundamentos paradigmáticos de sua ação terapêutica e analisar o caráter integral e complexo de sua aplicação, tendo por interlocução determinados ângulos antropológicos. |
O sistema público de saúde transporta para seu interior outros saberes e racionalidades de base tradicional, que passam a conviver com a lógica e os serviços convencionais da biomedicina. |
É necessário aprofundamento do conceito de integralidade, bem como para o enfrentamento dos desafios práticos que a implantação das PIC requer. |
Marques et al. (2011)1919 Marques LAM, Vale FVVR, Nogueira VAS, Mialhe FL, Silva LC. Atenção farmacêutica e práticas integrativas e complementares no SUS: conhecimento e aceitação por parte da população sãojoanense. Physis. 2011; 21(2):663-674.
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Qualitativo |
Investigar o conhecimento e aceitação das terapias integrativas e complementares e atenção farmacêutica por usuários de unidades básicas de saúde do SUS. |
100% dos participantes não sabiam do que se tratavam as terapias integrativas e complementares. O conhecimento dos médicos sobre acupuntura e homeopatia é quase inexistente. |
A maioria dos pesquisados aceitaria o uso das terapias se estas fossem oferecidas pela unidade de saúde, além de acharem importante uma maior atenção do farmacêutico. Há pouca divulgação e programas sociais que buscam apresentar os benefícios de tais terapias. |
Nagai e Queiroz (2011)2020 Nagai SC, Queiroz MS. Medicina complementar e alternativa na rede básica de serviços de saúde: uma aproximação qualitativa. Cien Saude Colet 2011; 16(3):1793-1800.
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Qualitativo |
Focalizar a implementação de práticas complementares e alternativas com o propósito de avaliar as condições de sua ocorrência a partir das representações sociais dos profissionais que participam deste processo. |
Quatro razões foram encontradas para o sucesso da inclusão das PIC: a disposição da clientela; a visão de saúde dos médicos sanitaristas; o amplo apoio proveniente de profissionais de saúde não médicos; e a própria perspectiva das medicinas alternativas e complementares que condizem com a proposta do SUS. |
Apesar do sucesso na implantação dessas práticas na rede básica, o planejamento dessas ações é insuficiente e a visão é simplificada, o que converte as racionalidades alternativas em meras técnicas que seguem os mesmos princípios mecanicistas da medicina alopática e o mesmo entendimento reificado de doença. |
Santos et al. (2011)99 Santos RL, Guimaraes GP, Nobre MSC, Portela AS. Análise sobre a fitoterapia como prática integrativa no Sistema Único de Saúde. Rev. Bras. Pl. Med. 2011; 13(4):486-491.
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Qualitativo |
Fazer um levantamento bibliográfico, a respeito dos temas como importância da fitoterapia; como ela está sendo usada; benefícios que a mesma oferece ao Sistema Público de Saúde; capacitação dos profissionais nesta área e programas e leis para a implementação no SUS. |
O governo tem demonstrado interesse no desenvolvimento de políticas em prol de procedimentos assistenciais em saúde que apresentem eficácia, abrangência, humanização e menor dependência com relação à indústria farmacêutica. Municípios brasileiros têm realizado a implantação de Programas de Fitoterapia na atenção primária. |
Os estudos acerca da fitoterapia ainda são precários no Brasil, sendo necessárias pesquisas nesta área, de modo a ampliar o conhecimento dos profissionais e estudantes da saúde, auxiliando e tornando mais sólidas as bases de segurança e eficácia para implementação das praticas fitoterápicas no SUS. |
Thiago e Tesser (2011)2121 Thiago SCS, Tesser CD. Percepção de médicos e enfermeiros da Estratégia de Saúde da Família sobre terapias complementares. Rev Saude Publica 2011; 45(2):249-257.
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Quantitativo |
Analisar a percepção de profissionais da Estratégia de Saúde da Família (ESF) sobre práticas integrativas e complementares. |
17 centros de saúde ofereciam práticas integrativas e complementares; 12,4% dos profissionais eram especialistas em homeopatia ou acupuntura. 88,7% dos participantes desconheciam as diretrizes nacionais para a área, embora 81,4% concordassem com sua inclusão no SUS. |
Existe aceitação das PIC pelos profissionais, associada ao seu contato prévio e possivelmente relacionada à residência/especialização em medicina de família e comunidade/saúde da família. |
Ischkanian e Pelicioni (2012)2222 Ischkanian PC, Pelicioni MCF. Desafios das práticas integrativas e complementares no SUS visando a promoção da saúde. Rev Brasileira de Crescimento Desenvolvimento Humano. 2012; 22(2):233-238.
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Qualitativo |
Investigar os conhecimentos, opiniões e representações sociais dos gestores e profissionais de saúde sobre as PIC no SUS e identificar as dificuldades e os desafios que se apresentaram em sua implantação, utilização e divulgação nos Serviços de Saúde. |
Os gestores não estavam preparados para a implantação da PNPIC no SUS. O modelo biomédico é prevalente e o fornecimento de material de insumos utilizados para aplicação das PIC tem se constituído um problema. A divulgação das PIC não tem sido suficiente para que profissionais e usuários as conheçam. |
É essencial que o município incentive e crie condições para o oferecimento das PIC, melhorando sua divulgação e apoiando a inserção de profissionais não médicos com formação adequada. As PIC integradas ao SUS, certamente poderão contribuir para a promoção da saúde. |
Oliveira et al. (2012)1010 Oliveira SGD, Moura FRR, Demarco FF, Nascente PS, Del Pino FAB, Lund RG. An ethnomedicinal survey on phytotherapy with professionals and patients from Basic Care Units in the Brazilian Unified Health System. J Ethnopharmacol 2012; 140(2):428-437.
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Quantitativo |
Entrevistar profissionais que trabalham no SUS, bem como pacientes que utilizam a ABS, em relação à sua experiência com a etnomedicina. |
91,6% dos participantes fizeram uso de plantas medicinais pelo menos uma vez para tratar certas doenças. Dos profissionais, 65% usaram plantas medicinais e 10% prescreveram fitoterápicos aos pacientes. Pacientes e profissionais relataram conhecer as plantas medicinais devido aos pais ou avós. |
Uma alta proporção de usuários e profissionais fez uso de plantas medicinais e de plantas. Malva foi a mais comumente usada. A principal fonte de transmissão de conhecimentos sobre Fitoterapia foi de pais ou avós. |
Fontenele et al. (2013)1111 Fontenele RP, Sousa DMP, Carvalho ALM, Oliveira FA. Fitoterapia na Atenção Básica: olhares dos gestores e profissionais da Estratégia Saúde da Família de Teresina (PI), Brasil. Cien Saude Colet 2013; 18(8):2385-2394.
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Quali-quantitativo |
Conhecer como gestores e profissionais de nível superior da ESF de Teresina (PI) enxergam a inserção da fitoterapia na Atenção Básica (AB) no município, relacionando estes dados com os conhecimentos desses profissionais sobre esta prática terapêutica, seu uso e as políticas públicas envolvidas. |
O fortalecimento da fitoterapia na AB e a incorporação desta no cotidiano do exercício profissional das ESF são necessários para a discussão sobre a fitoterapia na AB entre os atores e as instâncias envolvidas, e a capacitação dos profissionais de saúde. |
O conhecimento dos profissionais sobre práticas em saúde é relevante para o reconhecimento da conjuntura, planejamento e otimização da aplicação das ações em saúde, principalmente as que envolvem a fitoterapia e outras PIC, por possuírem políticas específicas. |
Galhardi et al. (2013)1414 Galhardi WMP, Barros NF, Leite-Mor ACMB. O conhecimento de gestores municipais de saúde sobre a Política Nacional de Prática Integrativa e Complementar e sua influência para a oferta de homeopatia no Sistema Único de Saúde local. Cien Saude Colet 2013; 18(1):213-220.
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Quanti-qualitativo |
Analisar o conhecimento dos gestores de saúde dos municípios de São Paulo sobre a Política e sua importância para a implementação da homeopatia nos serviços locais de saúde. |
Dos 645 municípios analisados, 47 ofertaram homeopatia. 42 municípios foram entrevistados. 26% conheciam a PNPIC, 31% a conheciam pouco e 41% a desconheciam. |
PNPIC é desconhecida pelos gestores de saúde e os que a conhecem utilizam-na para tornar conhecida a racionalidade médica homeopática e justificar sua indicação no SUS. |
Silva e Tesser (2013)1515 Silva EDC, Tesser CD. Experiência de pacientes com acupuntura no Sistema Único de Saúde em diferentes ambientes de cuidado e (des)medicalização social. Cad Saude Publica 2013; 29(11):2186-2196.
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Qualitativo |
Investigar a experiência de usuários de acupuntura do SUS de Florianópolis, Santa Catarina, Brasil, sobre seu tratamento, incluindo sua percepção sobre eficácia, redução do uso de medicamentos, orientações recebidas, mudanças no autocuidado e nos modelos explicativos dos usuários, do ponto de vista da medicalização no foco supramencionado. Investigar essa experiência em diferentes ambientes de cuidado testando a hipótese de que a atenção primária à saúde pode, por hipótese, ser um ambiente mais favorável à racionalidade da Medicina Tradicional Chinesa e à acupuntura. |
A acupuntura pouco tem contribuído para a autonomia e desmedicalização, salvo pela sua efetividade. A atitude do profissional é importante para estimular uma postura mais ativa e integrante. |
A maioria dos pacientes chegou à acupuntura na atenção secundária quando outros tratamentos falharam. A prática foi percebida com eficácia e favorecia a redução de medicamentos. Apesar da dificuldade de acesso, foi observado que profissionais da Atenção Primária possuem maior autonomia para atender aos pacientes, podendo tratar por mais tempo casos mais graves. |
Lima et al. (2014)2323 Lima KMSV, Silva KL, Tesser CD. Práticas integrativas e complementares e relação com promoção da saúde: experiência de um serviço municipal de saúde. Interface (Botucatu) 2014; 18(49):261-272.
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Qualitativo |
Apresentar e discutir resultados de uma pesquisa que analisou a organização das PIC desenvolvidas em um serviço de referência em PIC, na região metropolitana de Belo Horizonte tendo como foco analítico sua relação com a promoção da saúde e sua inserção no SUS. |
As práticas podem ser um recurso útil na promoção da saúde, especialmente por estabelecerem uma nova compreensão do processo saúde-doença. |
Para potencializar as PIC no campo da promoção e do cuidado no SUS é necessário superar os desafios da sua organização e sua expansão, como aproximar os profissionais dos serviços de referência e de apoio especializados em PIC da Atenção Primária a Saúde (APS). |
Sousa e Tesser (2017)2424 Sousa IMC, Tesser CD. Medicina Tradicional e Complementar no Brasil: inserção no Sistema Único de Saúde e integração com a atenção primária. Cad Saude Publica 2017; 33(1):e00150215.
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Qualitativo |
Analisar a inserção da medicina tradicional e complementar (MTC) no SUS, tendo como foco subsidiar a discussão sobre sua integração na atenção primária à saúde, via ESF. |
Tipos de inserção e integração da MTC: Tipo 1 - Integrada; Tipo 2 - Justaposta; Tipo 3 - Matriciada; Tipo 4 - Sem integração. A combinação dos tipos 1 e 3 é considerada um potencial para a expansão da MTC no SUS, influenciando no crescimento e na sua integração na APS. |
A crescente presença da MTC no SUS demanda pensar estratégias para sua expansão, para além da PNPIC, considerando as experiências prévias. |