A presença de andarilhos de estrada é cada vez mais notável nos acostamentos das rodovias brasileiras. O presente trabalho teve como objetivo investigar os eventos que levaram esses indivíduos a abandonar os referenciais da vida em sociedade e analisar a forma como são vivenciadas as injunções características desse modo de existência. Foram tomados como sujeitos quinze andarilhos de estrada albergados em uma instituição assistencial da cidade de São Carlos (SP) e realizadas entrevistas semi-estruturadas, que foram gravadas, transcritas na íntegra e submetidas a uma análise de conteúdo. Os diversos fatores apontados como motivadores do nomadismo foram categorizados em dois planos: psicológico e socioeconômico. A vida no “trecho” é permeada por um sentimento constante de incerteza e insegurança, decorrente da precariedade e do isolamento característicos dessa condição.
Andarilhos de estrada; Alcoolismo; Desemprego; Conflitos afetivos-familiares