O presente estudo trata da queixa escolar no que se refere às concepções de educadores sobre as dificuldades de aprendizagem de alunos com deficiência intelectual que frequentam escolas especiais (APAEs), com a finalidade de verificar se existe a queixa escolar nestas escolas, e caso exista, que concepções a permeiam, quais as possíveis causas atribuídas a esse fato imbricadas no ensino de tais alunos. Foram entrevistados 21 educadores pertencentes a três escolas especiais localizadas no Estado do Paraná. Os resultados apontam um processo de naturalização da queixa escolar, com a compreensão de que esses alunos têm deficiência e não dificuldades de aprendizagem enquanto incapacidade para o aprendizado dos conhecimentos científicos, desconsiderando a inadequação das mediações, a má qualidade do ensino e a rede de relações envolvida. Os educadores geralmente fundamentam suas visões em um paradigma biologicista, reduzindo o desenvolvimento a um processo natural e inato.
Dificuldades escolares; psicologia histórico-cultural; educação especial