Propõe-se articular a crítica de Foucault ao que este chamou de "medicalização autoritária de corpos e doenças" ao conceito de Espinosa de aumento da potência de agir, tendo como horizonte uma reflexão sobre a questão da autonomia dos indivíduos. Para isso, desenvolve-se uma reflexão crítica e genealógica sobre a concepção de saúde e de cura presentes na prática médica atual, assim como sobre o poder médico e a concepção mecanicista e cientificista do corpo e da enfermidade a ele atrelada. A esta concepção contrapõe-se uma noção canguilhemiana de saúde ligada à normatividade e de cura ligada à reabilitação. A partir destes deslocamentos, repensam-se as práticas médicas atuais, assim como as concepções de promoção da saúde e de prevenção.
Poder; medicalização; autonomia do paciente; biopolítica; ética